quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sonho estranho

Vocês sabem definir o que é sonho estranho? Eu sei. E sei fazer isso com maestria.

Muitos dizem que sonham que estão caindo de cara no chão e acordam com uma queda da cama, e que esse sonho foi estranho. Ou então que estão voando e foram parar na ilha de Lost. Outros sonham que estavam tomando água, acordam mijados e me falam "que estranho né?". Lhes respondo: NÃO, porra. NÃO É ESTRANHO.

Sonho estranho é muito mais que isso. E ainda bem que sonhar não custa nada, porque se custasse eu estaria com uma dívida capaz de quebrar o Banco Mundial. Uma vez sonhei que o glorioso rubro-negro pelotense estava disputando um jogo importantíssimo pela Libertadores. Contra o Chivas, de Guadalajara. Não contem pra ninguém, mas o Brasil era lanterna, saco de pancadas do grupo e já não tinha mais nenhuma chance de classificação. Enfim.

O jogo era na casa do adversário. A largura do gramado era algo surpreendente, talvez um pouco maior que um tapete de banheiro. As arquibancadas eram muito próximas do gramado. Mal havia espaço para cobrar laterais, o que me lembrou de muitas quadras que já joguei nessa vida. São tantas lembranças que quase me correu uma lágrima.

Eu disse "quase".

Enfim, era um jogo muito nervoso. A torcida em cima, fazendo aquela pressão psicológica, o campo "um pouco" reduzido. E lá pelas tantas o Brasil faz o primeiro gol. Foi um momento de muita euforia. Afinal, sabe-se lá como, de onde e porque, aquele gol dava a classificação antecipada do já desclassificado xavante, independente do resultado final do jogo. O futebol é mesmo uma caixinha de surpresas, não?


Euforia da massa xavante

A surpresa causou uma emoção tamanha que eu não me contive: saí porta afora para jogar futebol na rua com meus amigos.

Rapaz, virei o craque que o Robinho nunca foi e jamais será novamente. Uma pá de dribles desconcertantes nos meus adversários, aliados a regras inventadas na hora, fizeram com que o placar favorecesse o meu time, por uma larga diferença de gols. Ei, aí já acabou o campo! É tiro de meta! Não, aqui não é mais tiro de meta! Ah, era fim do campo, mas só aquela hora! Gol de pé esquerdo não vale! Agora vale! As regras que eu inventava eram muitas.

Tamanha era a goleada que o adversário não teve dúvidas e fez substituições no seu time. Alguém saiu para a entrada de, ninguém mais, ninguém menos que...


Mirandinha!

Inacreditável. O genial ex-atacante do Corinthians, que era um excelente pensador e corredor mas não conseguia fazer as duas coisas juntas, apareceu na minha rua pra jogar bola! Haviam momentos que nem minhas regras inventadas podiam pará-lo. Ele corria tanto que quando eu berrava que a jogada não valia, ele não ouvia, de tão longe que tava.


A foto acima não foi tirada no meu sonho, mas vocês podem perceber como Mirandinha, de branco, está imóvel. Isso significa que ele está pensando na jogada que vai executar. Sendo assim, não pode correr.

Mas meus adversários não estavam satisfeitos com apenas um craque. Logo eles fizeram outra alteração na equipe. Foi uma contratação a peso de ouro.


"A gente viemos pra somar e..."

Acreditem, Mílton Gonçalves é um cracaço. Pelo menos se ele joga o que jogou no meu sonho, deveria jogar na Seleção de Júpiter. É tão craque que nem ele deve saber que joga muito. Corre muito esse garoto, quase tanto quanto o Mirandinha. Ele é centroavante nato e eu precisei anular muitos gols dele para vencer a partida de goleada.

Acabou que meu time ganhou pela pela desunião do adversário. O recém contratado Mílton Gonçalves chegou com status de estrela do time, o que causou muitas brigas no grupo de jogadores do meu adversário. Mílton "Vento Negro" Gonçalves sempre reclamou muito de seus companheiros. Tem fama de bad boy.


Porra, tô livre! Passa a bola, fominha de merda!
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